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Drama Queen

Quando uma pessoa nasce dramática não como mudar

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Quando uma pessoa nasce dramática não como mudar

29
Nov19

Desafio de Escrita dos Pássaros #12 Semana

Drama Queen

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Entro no quarto, tenho o impacto do cheiro desinfectante a entrar pelas narinas procuro a tua cama porque as cortinas estão fechadas menos a tua, estás ao lado da janela...

Estás olhar para o vazio ou para parede amarela do quarto de Hospital ao observar-te reparo que nem semelhas a mesma pessoa que foste até poucos dias atrás pelo menos fisicamente, não tinha passado assim tanto tempo da última vez que estivemos juntas. Espero que reconheças-me tiro o casaco, sento-me na cama quando focas o teu olhar na minha presença por fim interrompeste o silencio do barulho das máquinas de oxigénio perguntaste-me porque que não estava no monte a cuidar das ovelhas, peguei na mão atada a cama grosseiramente por ligaduras explico que sou uma das duas netas que tinhas sou aquela que ela gosta menos, mas quando ela precisou esteve sempre com ela, que ia com ela para todo o lado quando ela precisava, a neta favorita ainda não a tinha ido ver.

Paraste uns momentos verificaste que era eu não tua filha, nem a neta favorita, muito menos uma das tua noras sempre foste muito desconfiada mesmo antes de chegar sem pré aviso a demência. Eu sabia quem estava deitada naquela cama já não era minha avó, essa a demência já tinha levado agora só restava o corpo agora fraco, por mais esperança que tínhamos de nos recordares as vezes existiam uns rasgos de memórias do passado mais nada, mais que isso era a nossa fantasia teres memorias nossas. Perdi-te mais uma vez nos teus pensamentos eu continuei a contar as novidades da família, dos teus filhos que faziam como podiam para tu nunca estares sozinha quase todos os dias, os fins-de-semana eram meus para poder estar contigo. Olhaste para mim como se fosse uma das enfermeiras disseste para fechar a janela aqueles pássaros não se calam com o seu tom de altivez que sempre a acompanhou pelas dificuldades da vida. Levanto-me finjo que fecho a janela que está nem para abrir dá porque estamos 5.º piso olho para a água que desagua no mar e a ponte com carros a passar, para o teu reflexo no vidro penso que um dia vou ser eu no teu lugar já que todos dizem que somos exactamente iguais.

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